O ÚLTIMO NAVIO NEGREIRO DA AMÉRICA

Em 1850, cinqüenta anos depois que o Congresso americano proibiu a importação de escravos, o veleiro Wanderer faria uma das viagens mais notórias da história dos Estados Unidos. Uma aventura que forçaria o presidente a refletir sobre a sobrevivência do seu partido e, num julgamento divulgado nacionalmente, desafiaria as leis federais do país. Seria, ainda, um dos estopins para um dos momentos críticos na formação da nação americana: a Guerra Civil. 
Desestabilizar o governo e acelerar o conflito eram objetivos da viagem, assim como restabelecer o tráfico. O último navio negreiro da América, do jornalista Erik Calonius, é uma análise detalhada desse crucial, e ainda pouco explorado, momento da história do tráfico negreiro. O Wanderer desembarcou uma carga de escravos africanos na costa de Jekyll, uma ilha até hoje tida como "de veraneio". Esse ato provocou escândalo, e muitos foram acusados, incluindo a tripulação e o dono do navio, Charles Lamar, de Savannah. Todos os réus foram absolvidos, em alguns casos as denúncias foram retiradas.
O New York Times primeiro classificou o episódio de fraudulento; mas, à medida que grupos de africanos começaram a surgir misteriosamente nas cidadezinhas dos arredores de Savannah, a história do Wanderer começou a se tornar pública, dando início a uma explosão de protestos e discussões que ganharam as manchetes dos jornais do país e do exterior. O Wanderer deixou em sua esteira muitos indícios e provas, na forma de relatos jornalísticos, cartas e documentos legais.
Mesclando extensa pesquisa, apuro histórico e técnica de romancista, Erik Calonius analisa, em O último navio negreiro da América, o complexo legado deixado pelo tráfico de escravos, um problema que a América contemporânea ainda está para resolver.
Erik Calonius foi repórter, editor e correspondente em Londres do Wall Street Journal. Trabalhou ainda em Miami como chefe da sucursal da revista Newsweek. Este é o seu primeiro livro.
 
322 págs, 17x25cm
Editora Record, 2008.