NOTA EDITORIAL DA 5ª EDIÇÃO



Esta nova edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa incorpora as Bases do Acordo Ortográfico de 1990, observados os seguintes princípios norteadores: 
a) a lição do Acordo; 
b) a coerência interna do texto do Acordo; 
c) o espírito do Acordo;
d) a tradição lexicográfica. 
Trata-se de mais um esforço em direção à unidade de grafia, que reflete a maturidade linguística e política a que chegou a comunidade lusófona.
Neste sentido, a 5ª edição do VOLP pretende fazer um registro o mais completo possível não só dos vocábulos de uso comum como também da terminologia científica e técnica. Para tanto, observaram-se os seguintes novos procedimentos:
I – Quanto à acentuação gráfica:
Foi eliminado o acento gráfico nos seguintes casos:
1) Quando marcava o timbre aberto dos ditongos ei e oi dos vocábulos paroxítonos, como em assembleia (é), heroico (ó), desde que não incluído em outra regra geral de acentuação, como em destróier, gêiser.
2) Quando indicava o hiato de duas vogais iguais como em voo, enjoo, desde que não incluído em outra regra geral de acentuação, como em herôon.
3) Quando usado sobre o i ou u tônico precedido de ditongo decrescente em palavras paroxítonas, como em feiura, baiuca.
4) Quando usado como diferencial nas palavras paroxítonas que têm a vogal tônica aberta ou fechada, como em pelo (ê), polo (ó), pera (ê).
5) Quando usado como diferencial em para, flexão do verbo parar, como em para-brisa, para-choque.
II – Quanto ao trema:
O trema que marcava a pronúncia do u quando precedido de g e q e seguido de e e i foi suprimido, como em linguiça (ü), tranquilo (ü), frequência (ü).
Neste Vocabulário, serão assinaladas entre parênteses as indicações ortoépicas que possam oferecer dúvidas ao consulente.
III – Quanto ao hífen:
A – Em compostos
1) Emprega-se o hífen nos vocábulos onomatopaicos formados por elementos repetidos, com ou sem alternância
vocálica ou consonântica, como blá-blá-blá, lenga-lenga, tique-taque, trouxe-mouxe, etc.
2) Não se emprega o hífen nos compostos por justaposição com termo de ligação, como pé de moleque, folha de flandres, tomara que caia, quarto e sala, exceto nos compostos que designam espécies botânicas e zoológicas,
como ipê-do-cerrado, bem-te-vi, porco-da -índia, etc.
B – Nas formações com prefixos ou radicais
Emprega-se o hífen:
1) Quando o primeiro elemento termina por vogal ou consoante igual à que inicia o segundo elemento, como anti-infl amatório, micro-ondas, auto-observação; ad-digital, sub-base.
2) Quando não houve perda do som da vogal final do primeiro elemento, e o elemento seguinte começa por h, podem ser usadas duas formas gráficas distintas, como bi-hebdomadário e biebdomadário, zoo-hematina e zooematina.
3) Quando o primeiro elemento termina por m e o segundo elemento começa por vogal, h, m ou n, como circum-hospitalar, circum-murado, circum-navegação.
4) Quando o segundo elemento começa por h, como adeno-hipófise, anti-herói, mega-hertz.
Não se emprega o hífen:
1) Nas formações com os prefixos co-, re-, pre- e pro-, mesmo nos encontros de vogais iguais ou quando o segundo elemento começa por h, como coautor, coocupante, coabitar, coerdeiro; reabilitar, reescrever; preexistência; proativo.
2) Nas formações em que o primeiro elemento termina por vogal e o segundo elemento começa por r ou s, devendo estas consoantes duplicar-se, como em antissocial, minissaia, suprarrenal.
Observação: Não estão consignadas nesta 5ª edição do VOLP as formações com as palavras não e quase com função prefixal, como não agressão, não fumante, quase nada etc, por não serem os elementos de tais formações separados por hífen.

Comissão de Lexicografia da ABL
Presidente: Eduardo Portella
Evanildo Cavalcante Bechara
Alfredo Bosi.

Equipe de Lexicógrafos
Ângela Barros Montez
Cláudio Mello Sobrinho
Débora Garcia Restom
Dylma Bezerra
Ronaldo Menegaz.

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
Global Editora, São Paulo/2009.